O
Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central informou nesta
quinta-feira (15), por meio da ata de sua última reunião, quando os juros
recuaram para 9,75% ao ano, que atribui "elevada probabilidade" à
concretização de um cenário que contempla a taxa de juros caindo para
"patamares ligeiramente acima dos mínimos históricos, e nesses patamares se
estabilizando". A mínima histórica da taxa de juros é de 8,75% ao ano
e foi registrada entre julho de 2009 e abril de 2010, na primeira etapa da
crise financeira internacional. No primeiro semestre do ano retrasado, após
atingir a mínima histórica, os juros voltaram a ser elevados para conter as
pressões inflacionárias resultantes do crescimento da economia brasileira.
Naquele ano, o Produto Interno Bruto (PIB) avançou 7,5%, desacelerando para
2,7% de expansão em 2011.
Com
isso, o Copom sinaliza que os juros não devem cair abaixo da mínima histórica
nos próximos meses. Analistas avaliam que um recuo mais forte da taxa de juros,
abaixo de patamares mínimos já registrados, poderia comprometer a chamada
"rolagem" da dívida pública, que é a emissão de títulos públicos pelo
Tesouro Nacional para pagar os papéis que estão vencendo.
Há
dois anos, quando os juros chegaram a 8,75% ao ano (mínima histórica), os
fundos de renda fixa que cobravam mais de 1% de taxa de administração já
começavam a perder rentabilidade frente à caderneta de poupança - que não tem
incidência do Imposto de Renda e nem taxa de administração. A explicação é
que a poupança tem uma rentabilidade mínima (piso de rendimento) associada ao
investimento (TR mais 6% ao ano), enquanto os rendimentos dos fundos de
investimentos estão associados aos juros básicos da economia - que estão em
queda desde agosto do ano passado.
Por
isso, mudanças na remuneração da poupança chegaram a ser anunciadas no passado,
por meio da taxação, em 22,5%, dos saldos acima de R$ 50 mil, com o objetivo de
impedir que grandes investidores migrassem para a poupança e, com isso,
deixassem de comprar títulos públicos ofertados pelo Tesouro Nacional.
Especialistas
avaliam que, caso os juros comecem a recuar abaixo de 8,75% ao ano, o governo
terá de rever a política de remuneração da poupança em algum momento. Outra
alternativa do governo, que não seja a taxação da poupança, pode ser atrelar o
rendimento da poupança ao dos juros básicos da economia. Assim, quando os juros
recuassem, cairia também o rendimento da caderneta de poupança. (G1)
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